Manuela Burra Guedes!!

"Boa noite, eu sou a Manuela Moura Guedes"...pois é, já há algum tempo que não ouvimos esse verdadeiro astro do jornalismo em Portugal a proferir essa frase. O telespectador português já começa a sentir falta das palavras sábias que fluentemente saíam da sua (enorme) boca, das quais saliento, entre outras, "Os sete artistas compõem um trio de talento" ; "A nova terapia traz esperanças a todos os que morrem de cancro a cada ano" e ainda "Um morreu e o outro está morto". Foi recentemente confirmado que o excessivo número de depressões verificado ultimamente entre os portugueses se deve, em grande parte, ao seu afastamento dos ecráns televisivos. Mestre em cortar o raciocínio ás pessoas convidadas e emitir opiniões quando devia apenas e só estar calada, ela é das poucas jornalistas capazes de enervar o entrevistado e inclusivé (ou sobretudo, como queiram) o telespectador. Esta mulher é, ao mesmo tempo, capaz de fazer proezas dignas de registo no livro de records do Guiness. Porquê? Pelo simples facto de ser a única pessoa que quando se ri consegue pintar as orelhas com batôn.
A mulher de que vos falo fez também carreira na música popular portuguesa lançando sucessos como "Conversa Fiada" ou "Sonho Mau" e por mais incrível que pareça conseguiu ser pior cantora do que pivot jornalística, o que diga-se de passagem, é obra!
Por tudo isto, é caso para dizer volta Manuela!! Mas volta para a terra onde nasces-te e fica lá sossegadinha. Podes sempre cantarolar no duche ou entrevistar o José Eduardo Moniz. Não, não é preciso tornares a entrevista pública. Faz isso apenas em família...a gente agradece.

Porquê?

Desenganem-se desde já aqueles que num primeiro impacto, possam, mesmo que por momentos, pensar que eu teria sido capaz de escrever este poema. Nunca fui grande poeta (até porque a minha veia poética teve sempre um pouco obstruída mas também é caso para dizer, antes essa do que alguma artéria coronária!). Este poema surge aqui porque enquanto estava a arrumar uns livros folheei um deles e, por mero acaso descobri-o, ou melhor, relembrei-o, uma vez que já o conhecia das aulas de Português, numa página onde também havia outros poemas mas sem dúvida foi este que mereceu o meu destaque pelo significado que acarreta consigo...


Porque...

Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão
Porque os outros têm medo mas tu não.

Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão
Porque os outros se calam mas tu não.

Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo
Porque os outros são hábeis mas tu não.

Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.

Sophia de Mello Breyner Andresen

Após um período de ausência devidamente (in)justificado o blog "Hasdecábire" promete entrar novamente em acção. Novos posts surgirão brevemente, num computador conectado à Internet perto de si.
Como já devem ter reparado (ou não) este espaço, aproveitando esta onda do Carnaval, apresenta-se agora com um novo aspecto sobre o ponto de vista estético. Não cheguei a apanhar a onda do carnaval do Rio porque (ainda) não aparecem aqui mulheres nuas, talvez tivesse apanhado a onda do Nodi porque este blog apresenta-se agora um pouco mais colorido, não é que o carnaval brasileiro não o seja mas é sempre bom fazer uma referência a esse ícone mundial que é o Nodi.
Espero que gostem!