E ainda se queixam que há abstenção...

O Referendo sobre a despenalização da IVG ficou marcado pela clara vitória do SIM mas ainda assim por uma elevada taxa de abstenção, nada mais nada menos do que 56,39%.
E eu vou aqui a contar-vos um episódio que aconteceu ontem...

Sai uma pessoa de casa, por sinal com um grande temporal, em direcção ao local de votações, com o cartão de votante Nº 1864.
Ao chegar o local apresenta-se aos representantes da mesa que procuram na lista, previamente enviada de Lisboa, o número de votante da referida pessoa para confirmação.

Eis senão quando reparam que, estranhamente, essa mesma lista passa do Nº 1863 para o Nº 1865. E o 1864? Pois é...não se encontrava na lista e como tal não estava admitido a votar.

Mas porquê? Qual a razão para isto, tendo em conta que essa pessoa já tinha votado noutros actos eleitorais realizados anteriormente?

Erros no sistema informático talvez...mas o que é certo é que essa pessoa não pode votar, não pode contribuir assim para uma decisão à qual também tinha direito de o fazer. Não era certamente um voto que iria mudar os resultados finais, mas como este caso poderão ter havido muitos mais...

E depois não querem que hajam elevadas taxas de abstenção se mesmo aqueles que se predispõem a sair casa para votar, chegam ao local e deparam-se com situações deste género. Votar deveria ser um direito sim, mas não foi o que aconteceu com essa pessoa ontem, enfim...

Sim...essa pessoa fui mesmo eu!